terça-feira, 1 de novembro de 2011

Cores de Frida Kahlo

Adoro essas cores.....



Tela "Viva la Vida" que inspirou recentemente o grupo de rock Coldplay em um de seus álbuns.

Uma das artistas mais comentadas de algumas décadas para cá, Frida Kahlo imprimiu em suas telas a história de sua vida de forma marcante. E marcante foi sua intensa e apaixonada vida: terceira filha do alemão Carl Wilhelm Kahlo - que, tendo se mudado para o México aos 19 anos de idade, mudou seu nome para Guillermo Kahlo - e de Matilde Gonzalez y Calderón - católica devota de origem indígena e espanhola - teve poliomielite aos 6 anos de idade, doença que lhe deixou como sequela uma lesão em seu pé direito. Desde então passou a usar calças, depois longas e exóticas saias, que se tornaram uma de suas marcas pessoais.

Apesar de seu pai ser pintor e fotógrafo, Frida não se interessava pelas artes ainda jovem. Somente durante a recuperação de um acidente que quase lhe levou à morte aos 18 anos, começa a pintar com as tintas de seu pai, em telas improvisadas sobre seu leito, onde permaneceu durante muito tempo. Desta época sua imaginção intensa e sem limites se mostra facilmente em suas obras, muitas retratando seu sofrimento e representando o que imaginava da vida. Coletes ortopédicos, leitos e lágrimas são comuns nesta fase que, apesar da temática, nunca perde o colorido.


"As duas Fridas" de 1939.

Três anos depois do acidente, em 1928, entra para o Partido Comunista mexicano e conhece o muralistaDiego Rivera, com quem se casa no ano seguinte. Sob a influência de Rivera, adota um estilo propositadamente reconhecido como ingênuo, afirmando a identidade nacional mexicana, retratando temas do folclore e da arte popular do México.

Um turbulento relacionamento com o renomado pintor a deixa em segundo plano, mas nunca abandona sua arte, suas paixões e seus amores, retratando seguidamente seus tormentos interiores. Desejava dar um filho a Rivera, o que era praticamente impossível devido ao acidente que lhe perfurou o útero. Frida sofreu diversos abortos e os retrata de forma inequívoca em diversas obras, numa demonstração eterna de sua dor. Ao expor em Nova York, André Breton a classifica como surrealista, mas ela mesmo declara que expõe em suas obras apenas sua realidade.


"A coluna partida", de 1944.

Uma dura realidade que a levou a tentar o suicídio por diversas vezes. Até mesmo sua morte, aos 47 anos, não foi bem esclarecida, pois apesar de enfrentar uma pneumonia, pode ter tomado remédios em excesso ou ter sido envenenada por uma das amantes de Rivera, de quem nunca se afastou.

A arte de Frida tem um colorido único, uma paixão própria e profunda, um "exagero" característico de quem quer a vida com tudo que nela há de bom e de ruim. Com diversas homenagens e retrospectivas, é um nome a ser lembrado sempre por sua obra única e fascinante.



Matéria publicada no Blog Casa Com Design by Maria Alice Miller.